Redação Plenax – Flavia Andrade
Às vésperas do período de maior circulação da dengue, ações educativas promovidas pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) vêm reforçando a importância do combate ao Aedes aegypti — e, no Bioparque Pantanal, um projeto inovador mostrou como pequenos gestos podem gerar grandes impactos. O “Tampinha que Transforma”, desenvolvido pelo Nuptec (Núcleo de Pesquisa e Tecnologias), utiliza tampas plásticas — resíduos que frequentemente acumulam água — para criar brinquedos ecológicos e ensinar prevenção de forma lúdica às crianças.
A iniciativa ganhou destaque durante ação educativa da SES realizada neste mês, que formou estudantes como multiplicadores no combate ao mosquito. Nas oficinas, conduzidas pelo Nuptec, as tampinhas recolhidas são reaproveitadas em brinquedos feitos pelas próprias crianças, unindo sustentabilidade, criatividade e saúde pública.
“O projeto vai muito além de ensinar reciclagem. Ele transforma vidas quando sustentabilidade, cultura e dignidade caminham juntas. Cuidar do meio ambiente é também cuidar das pessoas e das histórias que elas carregam”, afirma Andréia Corrêa, coordenadora da ação no Nuptec.
A proposta, que já circula há oito meses por diferentes bairros e eventos de Campo Grande, funciona em parceria com a Solurb e a Rede Pereira, responsáveis pela coleta das tampinhas. Segundo Regilene Fátima de Oliveira, que atua ao lado de Andréia, a resposta das crianças é imediata:
“Elas se encantam ao ver que aquilo que seria lixo vira brinquedo. É uma maneira simples e poderosa de explicar o risco da água acumulada e de como cada um pode contribuir no combate à dengue.”
O projeto também foi destaque no Rodeo Fest Inclusivo, no Parque de Exposições Laucídio Coelho. No evento, várias crianças tiveram contato pela primeira vez com brinquedos reciclados. “Foi emocionante. Teve criança que voltava na fila só para brincar de novo”, lembra Regilene.
Além das oficinas, o Tampinha que Transforma integra o programa de gestão ESG do Bioparque Pantanal, realiza doações em datas comemorativas e incentiva que os brinquedos circulem entre as crianças, reforçando a lógica da reutilização. O Nuptec ainda desenvolve ações científicas e sociais voltadas às tecnologias sustentáveis e inovadoras.
Educação que deixa marcas
Para a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, o impacto educativo é o grande diferencial.
“A educação ambiental começa na infância. Quando a criança entende a importância da reciclagem e do cuidado com o ambiente, ela leva isso para a vida toda. O projeto mostra na prática como reutilizar tampinhas evita água parada, combate a dengue e ainda estimula a criatividade”, diz.
A secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, reforça que o projeto mostra o poder da ação coletiva.
“Quando governo e comunidade atuam juntos, a prevenção se torna mais efetiva. As crianças viram verdadeiros agentes multiplicadores. É assim que a mudança acontece.”
