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Brasil investe R$ 107 milhões para impulsionar a bioeconomia da Amazônia com o programa Coopera+ Amazônia

A iniciativa fortalece as cooperativas dos estados da Amazônia Legal do Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre - Foto: Rafael Neddermeyer/COP30

Redação Plenax – Flavia Andrade

O governo brasileiro anunciou, nesta segunda-feira (17), durante a COP30 em Belém (PA), o lançamento do programa Coopera+ Amazônia, que destinará quase R$ 107 milhões ao fortalecimento de 50 cooperativas extrativistas que atuam nas cadeias do babaçu, açaí, castanha e cupuaçu. A iniciativa busca ampliar a inovação, melhorar a gestão e elevar a capacidade produtiva dessas organizações espalhadas pelos estados do Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre, ao longo de 48 meses.

O investimento reúne esforços do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Embrapa e do Sebrae. Do total, R$ 103 milhões serão aportados pelo BNDES, via Fundo Amazônia, enquanto R$ 3,7 milhões serão destinados pelo Sebrae.

Segundo o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o programa marcará um avanço econômico e socioambiental na região. “Esses recursos permitirão, nessa primeira etapa, agregar valor, aumentar a renda das famílias, fortalecer o cooperativismo e colaborar com o combate à mudança do clima. Aproximadamente 3.500 famílias serão beneficiadas”, afirmou.

Bioeconomia fortalecida

Para o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, o Coopera+ Amazônia ampliará mercados e incorporará tecnologias essenciais à bioeconomia da região. “É uma bioeconomia única, fruto dessa floresta extraordinária, que garante sobrevivência, não derruba árvores nem polui os rios. Essa é a reflexão que precisamos fazer nesse modelo de cooperativas”, destacou.

A presidente da Embrapa, Silvia Musshurá, reforçou o papel da pesquisa e da capacitação. “Vamos identificar lacunas, monitorar as cadeias e apoiar produtores e comunidades locais, oferecendo informações que melhorem os sistemas de produção. Podemos ser parte da solução para as mudanças climáticas”, afirmou.

Mais produtividade e renda

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, ressaltou o impacto direto do investimento na rotina dos extrativistas. “Os recursos ajudarão a desenvolver máquinas, propor projetos, ampliar a produtividade, fortalecer a inserção no mercado e gerar emprego e renda. Isso é fundamental e ajuda a manter a floresta em pé”, disse.

Gestão aprimorada e novos mercados

Estruturado pelo Sebrae em parceria com o MDIC, o programa incentiva a adoção de tecnologias adequadas ao extrativismo sustentável e prevê consultorias, capacitações, assistência técnica, extensão rural e compra de máquinas voltadas a reduzir a penosidade do trabalho e agregar valor aos produtos.

Entre os resultados esperados estão o aumento da produtividade, maior valor agregado às cadeias da sociobiodiversidade, ampliação do faturamento das cooperativas, crescimento do número de cooperados, melhor aproveitamento de resíduos e fortalecimento da renda das famílias atendidas. O programa também aposta em modelos econômicos que preservam a floresta e reduzem pressões sobre o desmatamento.

A estratégia inclui ainda a criação de um Escritório de Negócios Territorial, que apoiará cooperativas na expansão comercial e na construção de marcas fortes. Os Agentes Locais de Inovação para Cooperativas (ALICoop), bolsistas do Sebrae, vão acompanhar a implementação de melhorias tecnológicas e gerenciais. O projeto incorpora também estudos da Embrapa sobre máquinas adequadas à sociobiodiversidade, ampliando o potencial de mecanização sustentável no setor.

Fundo Amazônia

Criado em 2008, o Fundo Amazônia é o principal mecanismo de cooperação internacional para o clima no Brasil, promovendo proteção florestal, desenvolvimento sustentável e melhores condições de vida na Amazônia Legal. Após a retomada das doações em 2023, o número de apoiadores subiu de três para nove, incluindo União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido.

Desde sua criação, o fundo já beneficiou cerca de 260 mil pessoas, apoiou 144 projetos e fortaleceu mais de 600 organizações comunitárias, alcançando 75% dos municípios da região. Os recursos financiam ações de combate ao desmatamento, fomento à bioeconomia, cadeias produtivas sustentáveis, proteção a povos indígenas e comunidades tradicionais, além de monitoramento e inovação ambiental. Coordenado pelo MMA e operacionalizado pelo BNDES, o mecanismo contribui diretamente para metas climáticas e compromissos do Brasil no Acordo de Paris.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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